Pré-escolares sabem tudo sobre marcas. E isso é um sinal de inteligência. Saiba como a propaganda influencia nas decisões de nossas crianças

06/12/2018

Pré-escolares sabem tudo sobre marcas.

Saiba como a propaganda influencia nas decisões de nossas crianças

E isso é um sinal de inteligência?

“Se você está muito preocupado com isso, provavelmente não precisa, e se nunca se preocupou com isso, talvez devesse.”

Um estudo divulgado em 2010[1] examinou como um grupo de crianças de 3 a 5 anos foram capazes de reconhecer marcas e logotipos “direcionados para crianças”.

A resposta – são muito capazes – isso é o pior pesadelo para os pais: certamente a Disney já colonizou o cérebro de seu filho de 3 anos. O McDonald’s plantou uma bandeira lá também, junto com My Little Pony, Coca-Cola, Pepsi e até mesmo a Toyota.

Mais a frente, neste artigo, faremos uma paralelo com estes estudos e a possibilidade de  colocar um rótulo de uma marca famosa em uma cenoura possa fazer seu filho comê-la.

Os pesquisadores da Universidade de Madison-Wisconsin e da Universidade de Michigan descobriram que crianças em idade pré-escolar são capazes de reconhecer marcas e símbolos e estão cada vez mais atos a fazer julgamentos sobre produtos e pessoas com base em associação com estas marcas.

Essa é a hora que você sai correndo e arranca seus filhos da influência perniciosa da grande e ruim máquina de marketing.

Todo mundo sabe que a publicidade é ruim para nossos filhos, certo? Isso os torna massa de manobra nas mãos de fornecedores de alimentos açucarados e de coloração artificial, e os inspira a querer coisas que só os tornam mais estúpidos.  Queremos que eles aprendam coisas úteis e que os ajudem a sobreviver em nossa cultura. Queremos que as crianças aprendam coisas que estimulem ​​sua capacidade em aprender.

Calma nem tudo está perdido!

É possível tirar algo de bom de toda essa influência.

Nós adultos, usamos as marcas para restringir nossas escolhas e localizar determinados itens ou qualidades do que estamos procurando. Para evitar sermos sobrecarregados por escolhas e informações diárias, as crianças precisam aprender a fazer o mesmo.

O reconhecimento precoce e a associação são provas de que temos em casa pequenos intelectos perspicazes que dão duro para decodificar o ambiente a sua volta.

As crianças deste estudo foram quase todas capazes de associar um cartão representando o hambúrguer na categoria McDonald’s (junto com cartões para itens mais fáceis, como produtos de restaurantes). Além de sugerir que essas crianças tiveram alguma exposição ao McDonald’s que foi muito além do marketing (onde você simplesmente não vê mais nada além do hambúrguer), a capacidade de colocar um item relacionado em uma categoria reflete o quão fortemente as crianças sentem o desejo de organizar o mundo ao seu redor e como precisam de pouca informação  para inserir uma nova informação em uma categoria. Essa é uma habilidade necessária em uma sociedade complexa, e nosso cérebro adulto parece não ser o único que está adequado para lidar com isso.

As crianças que fazem branding em tenra idade tendem a ser, pelo que observaram os pesquisadores, como crianças brilhantes. McAlister e Cornwell descobriram que quanto mais sofisticada a “função executiva” de uma criança (que cobre as habilidades crescentes de classificar e raciocinar ao invés do simples conhecimento real do que se está vendo), mais provável é que a criança tenha começado a usar marcas da mesma maneira que um adulto.

Outro fato é que as crianças tendem a associar o branding com a aceitação social.

É realmente legal e eu tenho que ter. Se eu tenho todo mundo vem para a minha casa brincar. Se você não tem eles podem não gostar de você.” Depoimento infantil sobre a marca Lego.

Em pesquisas atuais e passadas (por exemplo, Achenreiner, 1995), a compreensão do simbolismo da marca é operacionalizada como a capacidade de uma criança fazer julgamentos sobre as maneiras pelas quais as marcas simbolizam a popularidade do usuário e qualidades do produto (por exemplo, percepção da criança sobre a qualidade do produto).

Tais julgamentos exigem discernimento social. Por exemplo, para gerar um pensamento como “Eu gostaria de ter o  brinquedo mais novo. Você não é legal se não tiver uma”, exige que a criança seja capaz de analisar  os pensamentos e sentimentos dos outros (por exemplo,“ Eles vão achar que sou legal e gostar mais de mim se eu tiver o brinquedo”).  (Fonte: McAlister e T. Bettina Cornwell, Universidade de Michigan).

Mas, podemos usar isso a nosso favor.

Talvez colocar um rótulo de uma marca famosa possa fazer seu filho comer uma cenoura.

Foi mais ou menos isso que fez a Disney.

Na época a primeira dama dos Estados Unidos, Michele Obama, pediu aos fabricantes de alimentos que já reivindicaram o rótulo “gostoso” nas mentes de muitas crianças para produzir “produtos realmente saudáveis” – produtos que ajudem a moldar os hábitos de saúde de toda uma geração. Ela prontamente reconhece o poder da marca. “Se há alguém aqui que possa vender comida para nossos filhos, são vocês. Vocês sabem o que chama a atenção deles. Vocês sabem o que faz a criança ter essa impressão duradoura”, disse ela. “Vocês sabem o que os levam os filhos a enlouquecer os pais no supermercado. E eu estou aqui hoje para pedir que vocês usem esse conhecimento e esse poder para o bem de nossos filhos.”

A Disney já chegou lá – sua linha“ Disney Garden ”tem 250 ofertas, e as vendas de maçãs ensacadas em uma mercearia subiram 47% durante uma Promoção High School Musical. Obama quer que mais marcas sigam o exemplo.

Aqui no Brasil podemos encontrar estas maçãs embaladas em sacos da Turma da Mônica (não que eu seja fã da Mônica, tenho minhas ressalvas) e também da Disney. Enfim podemos usar o poder do branding para fornecer alimentos saudáveis para nossos filhos.

Se a ideia de que os profissionais de marketing têm uma enorme influência sobre o que nossos filhos comem faz você se arrepiar, é porque você, talvez, está levando isso também para o lado pessoal.

“Se você está muito preocupado com isso, provavelmente não precisa, e se nunca se preocupou com isso, talvez devesse.”

As crianças que correm maior risco são aquelas cuja os pais  – por razões de tempo, consciência ou educação – não limitam a exposição de uma criança ao marketing ou não falam sobre a publicidade que veem.  Crianças que veem mais comerciais de fast food têm taxas mais altas de obesidade.

Esse é o maior argumento em apoio à limitação do marketing direto para as crianças, mas a ideia de que poderíamos proteger todas as crianças (e não apenas aquelas com pais preocupados) podemos chamar de “muito improvável”.

“As crianças precisam entender as marcas, e elas vão”. O que nós devemos a eles não é proteção. Pelo contrário, é fornecer marcas que promovam produtos decentes e saudáveis ​​e uma educação que promova uma compreensão saudável de por que e como essas marcas estão trabalhando tanto para nos vender suas coisas.

Em um mundo perfeito, alguns dos recursos alocados para prevenir a obesidade infantil podem ser usados ​​para ensinar os consumidores recém-conscientes a prestarem atenção ao homem por trás da cortina (propaganda).

Faça perguntas às crianças que elas possam entender. Quem está contando a história nesse comercial? O que o homem do McDonald’s quer que você faça? O que ele quer que sua mãe faça?

Ter nossos personagens preferidos, na porta de todas as mercearias e lojas de brinquedos, aparecendo após cada bom desenho animado na TV, no Youtube ou acenando alegremente de alguns outdoors, poderia ser um lembrete sempre presente de que podemos amar nossos personagens e ídolos favoritos sem comprar tudo o que eles estão tentando nos vender.

A formação de hábitos alimentares é relevante, uma vez que as descobertas mostram que as crianças usam nomes de marca como pistas para determinar até que ponto os produtos alimentícios são saborosos ou estimulantes. As crianças fazem atribuições sobre os consumidores de diferentes marcas de alimentos, uma constatação que indica que o consumo de alimentos também pode ser influenciado pelo desejo de promover e manter uma autoimagem escolhida. Embora não tenha sido um foco específico da pesquisa, os dados mostram que essa amostra de crianças de 3 a 5 anos de idade tendia a julgar o fast food como divertido, excitante e saboroso.

Muitas vezes, as marcas de coca eram consideradas divertidas “porque as bebidas são efervescentes”, “as bolhas são divertidas” e “muitas pessoas gostam delas”. Essas descobertas sugerem que os valores associados às escolhas alimentares são formados no início da vida.  Portanto, o desenvolvimento de políticas públicas relativas ao materialismo e aos hábitos alimentares pode ser mais bem-sucedido se as restrições forem combinadas com a educação, ainda na primeira infância.

Bem, não podemos demonizar tudo, afinal de contas, nós secretamente, amamos nossos anúncios – nós os elogiamos e, muitas vezes eles nos ajudam a tomar uma decisão, sem falar que somos nostálgicos ao lembrarmos-nos dos comerciais da nossa infância.

Nós amamos marcas, e as muitas e variadas coisas que essas marcas e seu apoio publicitário patrocinam.

Nós não estaríamos melhores sem eles. (Deseja discordar?) Deixe seu comentário abaixo:

Amamos as marcas, anunciamos, consumimos, e isso é real e está em toda parte. Pode até parecer triste, mas estamos absorvemos isso e nossos filhos também, então o que podemos fazer é ajudar nossos filhos a “separar o joio do trigo”.

Uma coisa é certa, o fato é que o mercado está atento aos desejos infantis, pois, muitas das vezes, uma escolha adulta é influenciada pela nostalgia e preferências desenvolvidas na infância do indivíduo.

[1]  “Children’s brand symbolism understanding – Wiley Online Library.” 11 fev. 2010, https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/mar.20328. Acessado em 6 dez. 2018.

2 “McAlister, A. R. and Cornwell, T. B. (2010), Children’s brand symbolism understanding: Links to theory of mind and executive functioning. Psychology & Marketing, 27: 203-228. doi:10.1002/mar.20328

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Odair Machado

Oi, tudo bem? Sou Odair  Machado, fundador do blog Método Fônico e um pai preocupado com a educação dos meus filhos.

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Não acredita nas metodologia adotadas na escolas brasileiras para a alfabetização de crianças; 

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E se você acredita que a criança pode ser melhor alfabetizada com o uso do Método Fônico 

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