17/04/2019
Fonema é a unidade sonora utilizada para formar e distinguir palavras. O grafema é a representação gráfica do fonema. Na palavra “casa”, temos 4 letras e 4 fonemas, mas em “guerra” temos 6 letras e 4 fonemas.
Já os Fonemas não são sons, fonema é uma abstração do som, é uma palavra técnica, tal como átomo, gene aminoácido etc.
Cada letra ou um pequeno grupo de letras possui um som elementar, mas seu nome não é som, seu nome consagrado na linguística é fonema. Ou seja fonema é antes uma abstração do som.
Os fonemas representam movimentos articulatórios complexos, por exemplo:
O “b” representa o conjunto de movimentos articulatórios que são efetuados quando dizemos /ba/, /be/, ao pronunciar esta silabas repare no que você fez com a boca. Se a tinha aberta, fecharia, Onde Ficou os lábios?
Produz-se o /b/ fechando os lábios, por isso se diz que é uma oclusiva labial. Comece pronunciando /ba/ mas tente não dizer o /a/ deve ter notado que não é possível pronunciar o /b/ isoladamente, você deve ter tido a impressão de que empurrou a boca para frente com o ar que vinha dos pulmões.
Segundo Morais para confirmar esta ideia foram feitas experiências com sílabas como /ba/ gravadas, às quais se ia cortando pedacinhos de som a partir do início e, sem surpresa, a certa altura só ficou o /a/; mas quando se fazia o contrário , isto é, começava a cortar a partir do fim, pedacinho por pedacinho, quando se deixou de ouvir /ba/ com um /a/ muito breve, também não se ouvia a consoante /b/, mas um som estranho que não parecia ser fala.
Para Morais a representação que nós temos da fala é equivocada. Temos a tendência de pensar que em “rã” e “lã” há primeiro uma consoante e depois uma vogal, como se pronunciássemos uma e depois a outra. Esta impressão resulta de escrevermos primeiro a consoante e depois a vogal (r-ã).
Porém na fala isto não acontece, se quiséssemos que nossa boca tomasse a configuração para pronunciar a consoante e depois a vogal, na verdade pronunciaríamos “re-ã. Para produzirmos “rã”, quando a boca se abre , ela já está configura para pronunciar tanto a consoante quanto a vogal. Por isso se diz que, na fala, os fonemas são coarticulados (MORAIS 2013).
Para a criança que ainda não aprendeu a ler, falar “de “b”é falar de /bê…/. Dizer-lhe que as letras “b” e “a” juntas fazem “ba” é dize qualquer coisa incompreensível, porque /bê/ e /a/, para alguém ajuizado, não faz /ba/, faz /bê-a/, e por mais que se tente colar uma a outra, dizê-las sem intervalo, o mais depressa possível, faz sempre /bêa/. Para essa criança, /bê/ + /a/ só fará /ba/ quando ela compreender que em a /ba/ não está /bê, o que está em /ba/, em /bu/, em /bi/ não é um som, é uma unidade abstrata da estrutura da fala (/b/), que está em todas elas (Morais 2013, pg27).
“CRIAR LEITORES, para professores e educadores”, José Morais, Manole editora, 2013
Klick Educação.O que é grafema e qual sua relação com fonema?. Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcorespmostra/0,5991,POR-1604-h,00.html. Acesso em: 16/10/2015
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Odair Machado
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